A crise do COVID-19 está em processo de criar uma recessão global, conforme governos em todo o mundo mantêm as (necessárias) medidas de lockdown para “achatar a curva” e aliviar a pressão nos sistemas de saúde. O efeito econômico imediato dessas restrições está na economia geral, gerando tanto uma contração de fluxo de caixa para indivíduos e empresas, quanto um aumento no custo da incerteza. Quanto mais durar a crise, maior o impacto.
Não existe uma cura pronta para os complexos efeitos econômicos da crise do COVID-19, mas crédito está definitivamente no centro da solução, sendo essencial para diminuir o fardo sobre indivíduos e empresas. Entender como a crise do COVID-19 irá mudar o ambiente de crédito no Brasil é essencial para endereçar os desafios que surgem, calibrando a oferta com a mudança na demanda e respondendo adequadamente aos estímulos do governo.
Neste relatório, partimos dos aprendizados de crises anteriores e da resposta inicial ao COVID-19 para discutir:
- Como a dinâmica do crédito varejo irá mudar no Brasil: a nova crise do COVID-19 chega no momento de expansão do ciclo de crédito no Brasil, o que é particularmente preocupante para credores de varejo. Ainda que a demanda por crédito esteja aumentando, nós antecipamos (e começamos a observar) pouco apetite dos credores em oferta-lo de maneira ampla. Pacotes de estímulo anunciados pelas autoridades ajudam a mitigar, mas não evitam a grande restrição de caixa que pessoas físicas e jurídicas estão enfrentando.
- O que bancos e outros credores devem fazer agora para responder: Credores e o governo terão que trabalhar em conjunto para fornecer suporte à economia, dentro de limites prudenciais para manter a estabilidade sistêmica. Deve-se iniciar agora o modo de emergência para (i) fornecer ajuda urgente aos devedores com congelamentos temporários, e estabelecer uma resposta imediata focada em (ii) cenários de impacto financeiro, (iii) um novo playbook de crédito COVID-19, e (iv) esforço coordenado de assistência.
Instituições financeiras precisam ser proativas na resposta à pandemia, fornecendo soluções para a sociedade – e seu próprio futuro.